Luto é um estado psicológico subsequente ao decesso ou à perda de uma pessoa importante. Esse repercute nos âmbitos comportamental, social e físico (somático) da pessoa em luto.
O luto também pode compreender outras situações na qual o indivíduo é exposto à mudança ou perdas, como separação ou divórcio, aborto, perda do trabalho, perdas econômicas ou de status social, aposentadoria, transferência de cidade.
A perda pode ser devastante ao ponto de bloquear o acesso às lembranças positivas e aos aspectos mais importantes que se viveu junto à pessoa falecida. As lembranças formam a base das representações internas e essas podem ser definidas como aspectos da autoidentificação com a pessoa que perdemos. A sensação depois da perda é a de que foi perdido um pedaço de si mesmo.
Apesar de o luto ser uma experiência subjetiva e difícil de ser generalizada, ele é caracterizado por um processo de elaboração com diversas fases, estreitamente conectadas e de tempo variável.
Algumas pesquisas identificaram um período temporal considerado “fisiológico”, onde é comum experimentar uma fase depressiva após o luto, que geralmente dura entre 12 a 15 meses. No entanto, se essa fase persistir por anos, ela já não é vista como parte natural do processo de superação do luto, mas sim como uma fonte adicional de sofrimento.
Algumas perdas são sobrecarregadas do stress traumático causado pela circunstância do decesso, que pode ser por causa natural e imprevista como infarte, AVC, infecção bactérica ou viral aguda; de um decesso violento e fortuito como um acidente ou catástrofe natural; ou de morte violenta e deliberada, como o suicídio/homicídio. Naturalmente esta condição aumenta o estado de sofrimento pela perda de uma pessoa e uma intervenção terapêutico, imediata ou precoce, pode oferecer alívio quanto aos aspectos traumáticos dessa perda, em modo de propiciar a elaboração do luto em um modo mais sereno.
A psicoterapia favorece a elaboração das várias fases do luto, dando suporte para enfrentar a dor (e a raiva) de maneira saudável transformando-a em aceitação. Além disso, ela é importante para preservar as lembranças da pessoa amada, liberando-as dos sentimentos dolorosos.
A mágoa é um sentimento que pode ser resultado de uma perda, traição ou frustração de expectativas, desilusão, ferimentos do passado e mudanças significativas. Essa está relacionada com vários sentimentos, incluindo tristeza, dor, raiva e decepção. Muitas vezes esses sentimentos se sobrepõem e se misturam, tornando-se uma emoção complexa que pode perdurar a longo e ser difícil de lidar.
Os problemas de autoestima e de relacionamento podem alimentar o sentimento de mágoa. A pessoa não consegue experimentar atitudes ou modalidades de comportamento que consentam liberar-se da sensação incômoda ou de perdoar. Tudo isso, não faz que alimentar o ressentimento, recordando constantemente o peso da ofensa ou do prejuízo. Instaura-se, portanto um círculo vicioso.
Para favorecer o bem-estar, pode ser útil expressar os próprios sentimentos de forma saudável (através de escrita, desenho, música ou conversando com alguém de confiança), fazer meditação, manter uma certa distância das pessoas que continuam a causar dor, controlar as emoções, procurar novos interesses.
A psicoterapia pode ser uma forma eficaz de tratar a mágoa. Essa permite que a pessoa explore e processe os vários sentimentos, aprenda habilidades para lidar com eles e possa reencontrar o seu bem-estar.
A cura da mágoa é um processo individual e pode levar tempo. Ocorre passar por uma fase de aceitação, como por um luto. É importante ser paciente consigo mesmos e permitir-se o seguir em frente com a própria vida, portando consigo algumas aprendizagens importantes.